Enedina Alves Marques - Primeira engenheira negra do Brasil
- Jan 26, 2022
Enedina Alves Marques, professora e pioneira engenheira brasileira. Nascida em Curitiba, no dia 13 de janeiro de 1913, e filha do casal Paulo Marques e Virgília Alves Marques. A mãe de Enedina ganhava a vida como doméstica no bairro de Ahú, na casa da família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho, por isso a heroína foi criada por lá. O delegado tinha uma filha da mesma idade que Enedina, para que uma fizesse companhia a outra, ele as matricularam na Escola Particular da Professora Luiza Dorfmund, entre 1925 e 1926.
No ano seguinte, Enedina ingressou na Escola Normal e permaneceu até 1931. Durante quatro anos, a heroína foi professora no interior do estado, e em 1935 voltou a Curitiba para fazer o curso intermediário (equivalente a um supletivo). Em 1938, fez curso complementar em pré-Engenharia e dois anos depois ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná e em 1945 graduou-se em Engenharia Civil, tornando-se a primeira engenheira negra do Brasil.
Com um ano de formação, Enedina trabalhou como auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas. No ano seguinte, foi descoberta pelo governador do Paraná, Moisés Lupion, que a transferiu para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Ela trabalhou no plano hidrelétrico do estado, atuando no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. Para muitos, a Usina Capivari-Cachoeira foi o seu maior feito como engenheira. Dentre outras obras, destacam-se a Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU) e o Colégio Estadual do Paraná
Apesar da grande vaidade na vida pessoal, Enedina, pelo fato de trabalhar em um ambiente majoritariamente ocupado por homens e ser negra, usava macacão e portava uma arma na cintura durante a obra na Usina para ganhar respeito. Com carreira estruturada e apoiada pelo governo, entre os anos 1950 e 1960, Enedina dedicou-se a conhecer o mundo e outras culturas. Em 1962, Enedina se aposentou e recebeu o reconhecimento do governador Ney Braga, que, por decreto, adotou os feitos da grande engenheira e lhe garantiu salário equivalente ao de um juiz.
Em agosto de 1981, Enedina veio a falecer vítima de um infarto. A importância da engenheira é percebida até hoje e uma importante rua no bairro Cajuru em Curitiba possui o seu nome. No ano de 2000, foi imortalizada no Memorial à Mulher, localizado em Curitiba, ao lado de outras 53 mulheres pioneiras do Brasil. Após seis anos, é fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá, Paraná.