Georgina de Albuquerque - Pioneira na pintura histórica nacional
- Nov 18, 2021
Georgina Moura Andrade de Albuquerque, foi pioneira na pintura histórica nacional e uma das primeiras mulheres brasileiras a conseguir ser reconhecida no exterior como artista. Ela nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 4 de fevereiro de 1885. Com 15 anos, Georgina iniciou a caminhada na pintura. O pintor italiano Rosalbino Santoro, que morava com a menina na cidade paulista, lhe ensinou os conceitos básicos da pintura, como mistura de tintas e compreensão das leis da perspectiva.
Em 1904, Georgina mudou-se para o Rio de Janeiro. Lá ela ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluna de pintores conhecidos da época e participou da primeira exposição. Em março de 1906, dois anos depois, a pintora casou-se com o também pintor Lucílio de Albuquerque, colega de universidade. No ano anterior, Lucílio havia ganho um prêmio que lhe concedia uma viagem ao exterior e logo após o casamento os dois embarcaram em direção à França para estudar.
Em solo francês, Georgina completou a formação acadêmica artística na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (Escola Nacional Superior de Belas Artes), além de aulas livres na Academia Julian. Ela se tornou a primeira mulher brasileira a conseguir êxito nas rígidas avaliações de ingresso da Escola Nacional de Belas Artes francesa. Durante a estadia do casal por cinco anos em Paris, a brasileira foi influenciada pelas técnicas de pintura impressionistas, nas quais os artistas representam as formas tais como elas se apresentam sob a deformação da luz.
Em 1922, já de volta ao Brasil, foi um dos anos mais importantes para Georgina amadurecer o próprio estilo artístico. Até então, a pintura histórica brasileira era restrita aos homens. Entretanto, com a obra Sessão do Conselho de Estado, Georgina rompe com esse paradigma, tornando-se a primeira artista histórica brasileira de que se tem registro como protagonista. Além da pintura histórica, os temas mais constantes de Albuquerque são o nu, o retrato e a paisagem. Ela costumava utilizar uma paleta de cores luminosas e claras, empregada com sensibilidade.
No ano de 1927, Georgina voltou à Escola Nacional de Belas Artes e passou a fazer parte do corpo como livre-docente. Posteriormente, em 1952, ela assumiu o posto de diretora da instituição e tornou-se a primeira mulher a conseguir tal feito. No Rio de Janeiro, cidade onde o estudo e o sonho artístico começou, a pintora faleceu no dia 29 de agosto de 1962, com 77 anos.