Tereza de Benguela - A escrava que se tornou rainha
- Jul 26, 2021
Tereza de Benguela, a escrava que se tornou rainha. Não se sabe ao certo o ano de nascimento da heroína e nem o local de origem, mas na década de 1740, a escrava fugiu do próprio dono de escravo, Timóteo Pereira, em direção ao Quilombo do Piolho, chefiado por José Piolho, perto do rio Guaporé, no Mato Grosso. Mais tarde, José e Tereza se casaram.
No início dos anos 1750, José foi assassinado pelos soldados do estado. Tereza assumiu o comando do quilombo e foi denominada pelos moradores como “Rainha Tereza”. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por mais de duas décadas - o Quilombo do Piolho abrigava mais de 100 pessoas.
Para governar o quilombo, a rainha Tereza comandou e organizou a estrutura política, econômica e administrativa, pelo fato de ser um território de difícil acesso, a rainha desenvolveu um forte sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas. A população sobrevivia da agricultura de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos. Além disso, eles possuíam teares para fabricação de tecidos e barcos para pesca no rio Pantanal.
Em meados de 1770, uma expedição do estado saiu em direção ao quilombo, com o objetivo de destruí-lo. Chegaram no local e abriram fogo nos quilombolas, entretanto, por sorte, grande parte conseguiu fugir. Liderada por Tereza de Benguela, alguns moradores revidaram com arma de fogo e flechas, mas não foi o suficiente. Tereza foi colocada em uma cela e deixada até morrer. Em homenagem à heroína, no Brasil, o dia 25 de julho é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data comemorativa foi instituída pela Lei n° 12.987/2014.