Maria Quitéria - A primeira mulher do exército brasileiro
- May 24, 2021
Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a fazer parte do exército brasileiro. Em 1792, em uma fazenda na cidade de Feira de Santana, na Bahia, nasceu essa mulher extraordinária. Aos 10 anos, perdeu a mãe e cuidou das duas irmãs, Maria não tinha escolaridade, mas tinha experiência na caça, pesca e na manipulação de armas. Ela era, comparada às meninas da época, independente e afrontava os padrões impostos pela sociedade.
Em 1822, após a independência, em grande parte do país havia ainda contingentes de tropas fiéis às ordens de Portugal. Entretanto, o exército brasileiro, do qual apenas homens podiam participar, não era bem estruturado e treinado para enfrentar os portugueses, portanto os governos de todo o Brasil, além de contratar mercenários, recrutaram voluntários para defender a pátria. O Conselho Interino do Governo da Bahia não foi diferente e passou a recrutar, e Maria Quitéria, com a ajuda da irmã e do cunhado e desaprovação do pai, disfarçou-se de homem e ingressou, com o nome de Medeiros, no batalhão “Voluntários do Príncipe Dom Pedro”.
O pai de Maria descobriu e a delatou ao batalhão que ela era mulher, mas para surpresa de todos e totalmente por conta do esforço e manuseio de armas da heroína, o major não permitiu que ela saísse do exército. A atitude de Quitéria influenciou outras mulheres, as quais se juntaram e formaram um grupo comandado por ela. Depois de inúmeros combates e expulsão das tropas portuguesas, em julho de 1823, Maria Quitéria foi promovida a cadete e reconhecida com o título de “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro” por Dom Pedro I.
Logo após o fim das guerras de independência, Maria Quitéria retornou a morar com o pai, que a perdoou depois de ler a carta de Dom Pedro I, afirmando que ela era uma heroína nacional. Ela se casou com um lavrador e teve uma filha, e após ficar viúva foi morar em Salvador. Foi na capital baiana, em 21 de agosto de 1853, que faleceu. No ano em que completou 100 anos da morte de Maria, o governo brasileiro decretou que a imagem de Quitéria fosse exposta em todas as unidades do exército.